Olá Pessoal,
Hoje gostaria muito de dividir com vocês a história da Aline e do Tico, espero que gostem! =)
Se tivessemos mais pessoas especiais como a Aline e o marido dela, com certeza teríamos menos animais abandonados!
Fiquem à vontade para comentar e fazer questionamentos, pois a Aline poderá responder!
E mais uma vez obrigada Aline por contribuir compartilhando a sua bela experiência!
E mais uma vez obrigada Aline por contribuir compartilhando a sua bela experiência!
Boa leitura para todos! ;)
Marina Camargo
Aline e Tico
No dia em que conheci meu marido, me lembro de que um dos
primeiros assuntos sobre os quais falamos foi cachorro! Sou apaixonada por cães
e ele também. Nossas famílias sempre tiveram cachorro e durante todo nosso
namoro sempre planejamos nos casar e ter cachorro, não filho!!!
Depois de dois anos de casamento, em que toda semana meu
marido me pedia para levar um cachorro para casa, eu estava em férias e
tínhamos acabado de voltar de viagem. Ele voltou a trabalhar antes de mim e
ficou sabendo de uns cachorrinhos que haviam sido abandonados na frente da
empresa. Me mandou um e-mail com as fotos e eu me apaixonei pelo Tico, um
dachshund com idade estimada de seis anos.
Nós o adotamos no dia 22/10/2011
e foi a maior alegria!
Nossa primeira foto!
Ele era um amor, só ficava bravinho quando tentávamos
pegá-lo no colo. Uns quatro dias depois, o Tico começou a demonstrar ter dor ao
tentar subir no sofá ou andar em escadas. Como isso aconteceu várias vezes no
dia seguinte, o levamos ao veterinário, que pediu uma radiografia e constatou
que nosso novo amigo tinha bico de papagaio e hérnia de disco. Receitou
medicamentos e um regenerador articular que ele teria que tomar pelo resto da
vida. Também não poderia nunca mais subir e descer escadas ou locais altos. Entendemos
o motivo da braveza quando tentávamos pegá-lo no colo. Ele tinha muita dor.
Cuidamos dele direitinho, mas o problema já estava em
estágio avançado (provavelmente por isso ele foi abandonado). Exatamente oito
dias depois da adoção, o Tico parou de andar. Da noite para o dia,
literalmente.
Fomos à outra clínica veterinária, a mais conceituada da
região. Aí começou nossa jornada: aplicação de medicamentos e sessões semanais
de acupuntura na clínica, mais remédios e fisioterapia em casa (aprendemos os
exercícios e fazíamos nele toda noite).
Sessão de acupuntura com a Dra. Cristina, do Foccus Hospital
Veterinário:
Também ficamos sabendo do centro espírita Asseama (sigo a
doutrina há cerca de dez anos), voltado para animais. Passamos a levar o Tico
para o atendimento semanal do tratamento espiritual.
Além disso, o tratamento exigia repouso absoluto nas
primeiras semanas. Ficamos perdidos, pois é difícil manter um bicho quieto,
mesmo com a dor e a moleza que os remédios causavam. Os veterinários nos
aconselharam a mantê-lo em uma jaulinha o tempo todo. Foi terrível, pois ele
odiava e fazia de tudo para tentar sair, acabava machucando o focinho na grade
e ralando as patinhas traseiras, que só conseguia arrastar.
Com o focinho e a pata direita traseira feridos:
Por muitas vezes nós achamos que não conseguiríamos cuidar
do Tico. Tínhamos medo de não amar um animal deficiente da mesma forma que
amaríamos qualquer outro. Gastamos um bom dinheiro nisso e passamos por muita
preocupação. Fomos veladamente e descaradamente criticados por fazer tanto por
um animal. A veterinária nos disse que o tratamento era longo (pelo menos dois
meses), minhas férias acabaram e eu não tinha coragem de deixá-lo sozinho na
jaulinha o dia todo. Ele perdeu não só os movimentos das patas traseiras como
também toda a sensibilidade, então ficou com incontinência urinária e fecal. A
jaulinha tinha espaço para ele se arrastar e sair de cima do xixi e do cocô,
mas percebemos que a umidade e o cheiro o deixavam muito incomodado. Ele pegava
todos os panos para secar e cobrir o xixi e o cocô, e apertava com o focinho
até se ralar e machucar, então era preciso limpar com máxima freqüência.
Comecei a deixá-lo na casa da minha mãe pela manhã e buscar
à noite, mas ela também tinha seus compromissos. Passamos então a levá-lo ao
hotelzinho da clínica onde ele fazia o tratamento, somente durante o dia.
Adaptamos a casa e reservamos um espaço para o Tico com umas
portinhas de madeira e piso de borracha. Voltamos a deixá-lo em casa e pedimos
à nossa faxineira, que vinha semanalmente, para passar a vir duas vezes por
semana. Ele melhorou bem e foi liberado para se movimentar mais, então
construímos um carrinho de rodas, com orientação da veterinária, que ele usava
sob nossa supervisão.
Fomos ficando mais tranqüilos e confiantes, mas sabíamos que
era difícil o Tico voltar a andar. Ele recebeu alta da acupuntura com seis
meses de tratamento, então também resolvemos parar o tratamento espiritual e nosso
objetivo passou a ser dar qualidade de vida a um cão deficiente. Ele passou a ficar
em pé em alguns momentos e controlar consideravelmente o xixi e o cocô, fazendo
apenas com estímulos de massagem. Com isso, pudemos ampliar seu espaço e ele
voltou a dormir na sala, como tanto gostava antes de parar de andar!
Aprendemos a amar incondicionalmente nosso cãozinho
deficiente. Descobrimos que cuidar dele acabou se tornando igual a cuidar de
qualquer cachorro. Nosso Tico só nos dava momentos de felicidade, era uma
fofura só!
E quando pensávamos que tínhamos chegado ao limite e tudo se
manteria assim, resolvemos fazer uma viagem. Um ano havia se passado e para nós
era importante fechar esse ciclo com o Tico, então procuramos um local onde ele
pudesse estar conosco. Fomos ao hotel Santa Clara Eco Resort e estava tudo
muito legal, Tico ficou no quarto com a gente e nos acompanhava nas áreas
abertas. Porém, estávamos cansados de carregá-lo e resolvemos colocá-lo no
chão, com coleira e guia por precaução. Fomos então abençoados com um milagre:
no dia 13/10/2012, Tico voltou a passear na coleira!!!
Vídeos do Tico andando:
Depois da viagem, voltamos à veterinária (com ele andando,
na coleira!) e ela disse que nunca tinha visto um cão recuperar as sensações
profundas depois de tanto tempo.
Agora passeamos sempre e somos ainda mais felizes com nosso
Tico!