quarta-feira, novembro 21, 2012

Aline e Tico, uma história linda!


Olá Pessoal,

Hoje gostaria muito de dividir com vocês a história da Aline e do Tico, espero que gostem! =)
 
Se tivessemos mais pessoas especiais como a Aline e o marido dela, com certeza teríamos menos animais abandonados!
 
Fiquem à vontade para comentar e fazer questionamentos, pois a Aline poderá responder!

E mais uma vez obrigada Aline por contribuir compartilhando a sua bela experiência!

 
Boa leitura para todos! ;)

Marina Camargo



Aline e Tico

No dia em que conheci meu marido, me lembro de que um dos primeiros assuntos sobre os quais falamos foi cachorro! Sou apaixonada por cães e ele também. Nossas famílias sempre tiveram cachorro e durante todo nosso namoro sempre planejamos nos casar e ter cachorro, não filho!!!
Depois de dois anos de casamento, em que toda semana meu marido me pedia para levar um cachorro para casa, eu estava em férias e tínhamos acabado de voltar de viagem. Ele voltou a trabalhar antes de mim e ficou sabendo de uns cachorrinhos que haviam sido abandonados na frente da empresa. Me mandou um e-mail com as fotos e eu me apaixonei pelo Tico, um dachshund com idade estimada de seis anos.
Nós o adotamos no dia 22/10/2011 e foi a maior alegria!
Nossa primeira foto!

Ele era um amor, só ficava bravinho quando tentávamos pegá-lo no colo. Uns quatro dias depois, o Tico começou a demonstrar ter dor ao tentar subir no sofá ou andar em escadas. Como isso aconteceu várias vezes no dia seguinte, o levamos ao veterinário, que pediu uma radiografia e constatou que nosso novo amigo tinha bico de papagaio e hérnia de disco. Receitou medicamentos e um regenerador articular que ele teria que tomar pelo resto da vida. Também não poderia nunca mais subir e descer escadas ou locais altos. Entendemos o motivo da braveza quando tentávamos pegá-lo no colo. Ele tinha muita dor.
Cuidamos dele direitinho, mas o problema já estava em estágio avançado (provavelmente por isso ele foi abandonado). Exatamente oito dias depois da adoção, o Tico parou de andar. Da noite para o dia, literalmente.
Fomos à outra clínica veterinária, a mais conceituada da região. Aí começou nossa jornada: aplicação de medicamentos e sessões semanais de acupuntura na clínica, mais remédios e fisioterapia em casa (aprendemos os exercícios e fazíamos nele toda noite).
Sessão de acupuntura com a Dra. Cristina, do Foccus Hospital Veterinário:

Também ficamos sabendo do centro espírita Asseama (sigo a doutrina há cerca de dez anos), voltado para animais. Passamos a levar o Tico para o atendimento semanal do tratamento espiritual.
Além disso, o tratamento exigia repouso absoluto nas primeiras semanas. Ficamos perdidos, pois é difícil manter um bicho quieto, mesmo com a dor e a moleza que os remédios causavam. Os veterinários nos aconselharam a mantê-lo em uma jaulinha o tempo todo. Foi terrível, pois ele odiava e fazia de tudo para tentar sair, acabava machucando o focinho na grade e ralando as patinhas traseiras, que só conseguia arrastar.
Com o focinho e a pata direita traseira feridos:
 
Por muitas vezes nós achamos que não conseguiríamos cuidar do Tico. Tínhamos medo de não amar um animal deficiente da mesma forma que amaríamos qualquer outro. Gastamos um bom dinheiro nisso e passamos por muita preocupação. Fomos veladamente e descaradamente criticados por fazer tanto por um animal. A veterinária nos disse que o tratamento era longo (pelo menos dois meses), minhas férias acabaram e eu não tinha coragem de deixá-lo sozinho na jaulinha o dia todo. Ele perdeu não só os movimentos das patas traseiras como também toda a sensibilidade, então ficou com incontinência urinária e fecal. A jaulinha tinha espaço para ele se arrastar e sair de cima do xixi e do cocô, mas percebemos que a umidade e o cheiro o deixavam muito incomodado. Ele pegava todos os panos para secar e cobrir o xixi e o cocô, e apertava com o focinho até se ralar e machucar, então era preciso limpar com máxima freqüência.
Comecei a deixá-lo na casa da minha mãe pela manhã e buscar à noite, mas ela também tinha seus compromissos. Passamos então a levá-lo ao hotelzinho da clínica onde ele fazia o tratamento, somente durante o dia.
Adaptamos a casa e reservamos um espaço para o Tico com umas portinhas de madeira e piso de borracha. Voltamos a deixá-lo em casa e pedimos à nossa faxineira, que vinha semanalmente, para passar a vir duas vezes por semana. Ele melhorou bem e foi liberado para se movimentar mais, então construímos um carrinho de rodas, com orientação da veterinária, que ele usava sob nossa supervisão.
Fomos ficando mais tranqüilos e confiantes, mas sabíamos que era difícil o Tico voltar a andar. Ele recebeu alta da acupuntura com seis meses de tratamento, então também resolvemos parar o tratamento espiritual e nosso objetivo passou a ser dar qualidade de vida a um cão deficiente. Ele passou a ficar em pé em alguns momentos e controlar consideravelmente o xixi e o cocô, fazendo apenas com estímulos de massagem. Com isso, pudemos ampliar seu espaço e ele voltou a dormir na sala, como tanto gostava antes de parar de andar!
Aprendemos a amar incondicionalmente nosso cãozinho deficiente. Descobrimos que cuidar dele acabou se tornando igual a cuidar de qualquer cachorro. Nosso Tico só nos dava momentos de felicidade, era uma fofura só!
E quando pensávamos que tínhamos chegado ao limite e tudo se manteria assim, resolvemos fazer uma viagem. Um ano havia se passado e para nós era importante fechar esse ciclo com o Tico, então procuramos um local onde ele pudesse estar conosco. Fomos ao hotel Santa Clara Eco Resort e estava tudo muito legal, Tico ficou no quarto com a gente e nos acompanhava nas áreas abertas. Porém, estávamos cansados de carregá-lo e resolvemos colocá-lo no chão, com coleira e guia por precaução. Fomos então abençoados com um milagre: no dia 13/10/2012, Tico voltou a passear na coleira!!!
Vídeos do Tico andando:

Depois da viagem, voltamos à veterinária (com ele andando, na coleira!) e ela disse que nunca tinha visto um cão recuperar as sensações profundas depois de tanto tempo.
Agora passeamos sempre e somos ainda mais felizes com nosso Tico!

Um comentário:

Mimi disse...

Obrigada a você, Marina, por compartilhar nossa história! Parabéns pelo blog e por todo seu trabalho com os animais!!! Beijo